Reinvenção da cadeia passará pela criação de novos modelos e preocupação com saúde e bem-estar do visitante
Gramado e os municípios da Serra Gaúcha se preparam para a retomada do turismo, atividade responsável por cerca de 90% da economia local. Diante da importância do setor, está sendo construído um planejamento regional, fruto do esforço conjunto da iniciativa privada, poder público e entidades. Todos são unânimes em afirmar que a recuperação econômica e a retomada do fluxo turístico virão através dos eventos do segundo semestre.
Embora o momento seja de apreensão e incertezas, a empresa gramadense Rossi & Zorzanello, uma das mais atuantes no mercado nacional de eventos, demonstra otimismo para a retomada do setor. A prova disso é a confirmação de seus eventos para o segundo semestre, incluindo a transferência dos que ocorreriam no primeiro e a manutenção dos que já estavam previstos para acontecer a partir de agosto.
Uma das principais do setor na América do Sul, a Feira Internacional de Turismo de Gramado (Festuris) tem sua 31ª edição confirmada de 5 a 8 de novembro. O Fórum Gramado de Estudos Turísticos foi transferido para agosto. A Gramado Summit, conferência de inovação e tecnologia, será realizada no final de setembro. O tradicional Festival de Cinema, o Natal Luz e dezenas de eventos profissionais também prometem reaquecer o turismo da Serra Gaúcha no período pós-pandemia.
“Os eventos a partir de sua segmentação serão a mola propulsora da retomada turística. A preocupação de todos nós organizadores de eventos será com a saúde e bem-estar dos participantes. Se cada evento fizer o chamamento específico para o seu setor, estes vão multiplicar a informação. Temos que criar estratégias de vender essa segurança para quem vem e trabalhar com todas as medidas preventivas nesse sentido”, destaca Marta Rossi, CEO da Rossi & Zorzanello Eventos e Empreendimentos.
O isolamento social tem sido eficaz no combate à pandemia em Gramado. A cidade não registra casos do novo coronavírus e utiliza premissas elaboradas pela Organização Mundial do Turismo (OMT) para a recuperação do destino. A reinvenção do setor turístico e de eventos é inevitável neste momento, mas os eventos presenciais devem continuar com sua importância para toda a cadeia.
“Todos os eventos vão precisar se reinventar no sentido de garantir segurança, mas também vão criar formas disruptivas de realização e venda. O modelo antigo se foi, serão criados facilitadores e os interesses vão se unir. Os eventos híbridos vão crescer muito, mas o presencial ainda será decisivo, especialmente em um país como o nosso. As coisas não acontecem sem afeto, olho no olho e aperto de mão”, completa a empresária.