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sábado, novembro 23, 2024
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Paraty e Ilha Grande (RJ) ganham título de Patrimônio Mundial da Unesco

Local é o primeiro sítio misto do Brasil, reconhecido por sua cultura e natureza

A Secretaria de Estado de Turismo do Rio de Janeiro (Setur-RJ) comemora mais uma vitória: o turismo do Estado acaba de ganhar um Patrimônio Mundial. Paraty e Ilha Grande (localizada em Angra dos Reis) foram reconhecidos nesta sexta-feira, 5 de julho, pelo Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), durante reunião em Baku, Azerbaijão. Agora, são 22 bens brasileiros na lista de sítios de excepcional valor universal.

 – É algo que realmente nos orgulha muito. E agora temos que pensar em preservar, enaltecer, trazer turistas e o mundo para desfrutar desse encanto, que está sendo reconhecido por esta instituição. A Unesco tem o dever de identificar qual lugar merece o status de ser um sítio mundial, patrimônio da humanidade. Viva Paraty! Viva Ilha Grande! – ressaltou o secretário de Estado de Turismo, Otavio Leite, após o anúncio.

Paraty é o primeiro bem brasileiro inscrito na categoria de sítio misto, cultural e natural. Abrange um território de quase 149 mil hectares, em que o Centro Histórico se cerca de quatro áreas de conservação ambiental. Ali estão o Parque Nacional da Serra da Bocaina; o Parque Estadual da Ilha Grande; a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul; e a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu. Sua área de entorno, com mais de 407 mil hectares, possui 187 ilhas, grande parte coberta de vegetação primária, onde salta aos olhos rica diversidade marinha.

 – Receber hoje o título de Patrimônio da Humanidade da Unesco é a demonstração de que construímos algo importante em relação à conservação da nossa história e biodiversidade. Buscamos este título há muitos anos e apenas agora foi possível. Este é um momento único e especialmente importante para todos os moradores de Paraty –  Valceni Teixeira, prefeito em exercício de Paraty.

Crédito_Divulgação_TurisRio_Ilha Grande (Angra dos Reis)

A candidatura de Paraty e Ilha Grande é fruto de parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, Iphan, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Prefeituras Municipais de Paraty, de Angra dos Reis e Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Junto ao Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), Instituto Histórico e Artístico de Paraty (IHAP), Fórum das Comunidades Tradicionais e Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina, os órgãos responsáveis estão construindo, em conjunto, um plano de gestão compartilhada do sítio, envolvendo diversas representações locais.

Patrimônio Cultural e Natural

Paraty e Ilha Grande ilustram uma interação excepcional da presença humana com o ambiente natural por um longo período de tempo. Ali, testemunhos culturais incluem o centro histórico e a fortificação que deu origem à ocupação do núcleo urbano de Paraty, ainda bem preservados, uma variedade de sítios arqueológicos, uma porção do antigo Caminho do Ouro, e comunidades vivas que mantêm sua relação ancestral com a paisagem, todas formando um sistema cultural com uma relação próxima ao meio ambiente. Para os avaliadores do Icomos, órgão assessor da Unesco, o lugar “tem a capacidade de demonstrar um exemplo excepcional de uso da terra e do mar e interação humana com o meio ambiente”.

O lugar é o primeiro sítio misto da América Latina onde encontra-se uma cultura viva. Todos os demais sítios mistos do continente, como Machu Picchu, no Peru, são sítios arqueológicos em uma paisagem natural. A área de abrangência envolve partes do território de seis municípios dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, sendo que a maior porção do núcleo territorial está em Paraty e Angra dos Reis. A região preservada inclui, ainda, Ubatuba, Cunha, São José do Barreiro e Areais (SP).

Com cerca de 85% da cobertura vegetal nativa bem conservada, a área do sítio misto forma o segundo maior remanescente florestal do bioma Mata Atlântica. Além da sua extensão, as diferentes fisionomias vegetais permitem a ocorrência de uma fauna e flora incomparáveis, com diversas espécies raras e endêmicas.

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