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quinta-feira, novembro 28, 2024
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Campanha Abrace Brumadinho busca recuperar turismo na região

Ação nacional pretende engajar a sociedade para que volte a frequentar um dos destinos turísticos mais reconhecidos do Brasil e do mundo

 

A Associação de Turismo de Brumadinho (ATBR) lançou hoje, 16/05, uma campanha nacional que destaca e valoriza os atrativos turísticos da região. Batizada de Abrace Brumadinho, a iniciativa tem como objetivo resgatar o fluxo normal de visitantes de um dos principais destinos brasileiros para cultura, ecoturismo, culinária e acolhimento típicos mineiros.

O turismo é uma das forças motrizes da economia local – o município encontrou na hospitalidade sua verdadeira vocação. No entanto, desde janeiro, o movimento de hotéis e pousadas foi reduzido em mais de 50%.  Segundo Leonardo Esteves, presidente da ATBR, é preciso mostrar que a cidade está de braços abertos para receber os viajantes. “Queremos reforçar, com esta iniciativa, que a região está de pé e esperando ansiosamente para receber a todos”, afirma.

Com uma extensão territorial quase duas vezes maior que a de Belo Horizonte, Brumadinho reúne belezas naturais como parques ecológicos, cachoeiras e trilhas, além da arte contemporânea do Inhotim, que fez do município referência mundial. Entre os principais distritos e povoados estão Casa Branca, a Encosta da Serra da Moeda e Piedade do Paraopeba.

 

Voo de parapente na Serra da Moeda, Brumadinho/MG. Crédito: frame/divulgação

 

Conceito

Criada pela agência de publicidade África, a campanha tem como desafio desmistificar a ideia de uma cidade inacessível ou insegura. “Para dar vida a essa ação e estimular o engajamento que a região precisa, encontramos uma forma que o brasileiro – e o mineiro em especial – entende bem: o abraço. É um ato que traduz acolhimento, afeto, empatia. Ninguém ensina, o abraço é um convite. Foi assim que o mote Abrace Brumadinho surgiu”, explica PC Freitas, Diretor de Atendimento da África.

A campanha tem início nesta quinta-feira, dia 16, com a veiculação de um filme de 60”e 30″ em TV aberta em MG e tv a cabo em todo o território nacional, além de mídia digital nos principais portais de SP/RJ/MG, mídia em aeronaves da Gol, Latam e Azul e anúncios nos principais jornais e revistas destes três estados.

O plano de mídia tem a duração de três meses.

A campanha conta também com o hotsite www.abracebrumadinho.com.br criado especialmente para a ação. A página apresenta o tema e filmes da campanha e direciona os visitantes para o site www.visitebrumadinho.com.br e para o Museu de Inhotim (www.inhotim.org.br), onde o visitante pode encontrar informações sobre hospedagem, restaurantes e roteiros turísticos na região de Brumadinho.

 

Personagens

Algumas personalidades da região participam da campanha. Além das peças de mídia impressa e TV, será lançada uma série de minidocumentários que contam um pouco mais sobre alguns deles e suas histórias. Conheça mais abaixo:

 

Queima de cerâmica no ateliê da artista Eny Amorim, na Serra da Moeda. Crédito: frame/divulgação

– Eny Amorim – ceramista. 47 anos, tem um filho, Gabriel (6 anos), é casada com Luciano Drumond, dono da Pousada Estalagem do Mirante.

Eny Amorim produz peças de cerâmica a 1.200 metros de altitude, no alto da Serra da Moeda. Seu ateliê foi aberto há oito anos, mas Brumadinho faz parte da vida da ceramista desde sempre. Quem sobe a Serra é bem recebido com uma xícara (de cerâmica) de café, acompanhada de queijo canastra. Com sotaque mineiro, Eny conta que deixou a carreira na área financeira em 2011 para se dedicar ao artesanato.

Mesmo estando no ponto mais alto de Brumadinho, a pelo menos 30 quilômetros do local do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, a pousada e as vendas de cerâmica sentiram os reflexos. Reservas foram canceladas e seis empregados foram dispensados. “Está sendo difícil para todo mundo, mas a vida é cíclica. A gente liga a TV e só vê a tragédia, mas não estamos debaixo de lama. Espero que os turistas voltem aos poucos trazendo alegria porque Brumadinho é lindo”.

 

A prática de arvorismo é uma das atrações do ecoturismo na região. Crédito: frame/divulgação.

 

– Andrea Drummond – empresária. 58 anos, proprietária do Verde Folhas.

Foi em uma viagem pela Córsega, a oeste da Itália, que Andrea e o marido conheceram os parques de arvorismo. De volta a Casa Branca, aos pés da Serra do Rola Moça, onde moravam desde a década de 1990, compraram um terreno, cercado por Mata Atlântica, para construir o Verde Folhas – um complexo com pousada, restaurante e parque para esportes de aventura. Com árvores altas de copas fechadas, como Braúnas, Jacarandás, Jatobás e Copaíbas, a região é perfeita para atividades do ecoturismo: arvorismo, rapel, escalada, tirolesa e trilhas.

Andrea preservou o estilo simples e acolhedor da região. A pousada, um casarão que lembra as antigas fazendas mineiras, é administrada pela filha, Eduarda, de 28 anos. Na cozinha, fogão a lenha e paredes de adobe, em volta, o silêncio da mata, cachoeira e água pura na bica. “Temos aqui nove nascentes, vários biomas e a convivência com os vizinhos, típica de cidade do interior”. A pousada atrai casais em busca de sossego e famílias com filhos procurando diversão. “Oferecemos coisas simples como comida mineira, uma cachaça boa e o carinho e aconchego de mãe e avó. Os hóspedes têm a sensação de serem da família”.

 

Chef Dailde Marinho, do Restaurante Tamboril, no Instituto Inhotim. Crédito: frame/divulgação

 

– Antônio Abrahão – empresário. 60 anos, casado, dois filhos, proprietário da pousada e restaurante Casa de Abrahão.

O restaurante de comida árabe fica no meio da mata, no povoado de Palhano, próximo ao condomínio Retiro do Chalé. Desde o começo, o plano do cozinheiro Antônio Abrahão era oferecer uma experiência gastronômica sírio-libanesa. “Pensamos em tudo para fazer o melhor, desde o que a pessoa vai comer e beber, até onde vai dormir. Muitos vêm para experimentar a comida e ficam na pousada. Nosso diferencial é a cozinha internacional com atendimento mineiro”.

Sob influência familiar – Abrahão é neto de sírios – começou a aventura em 2005, em uma cabana de madeira atrás da casa da família, que comportava oito pessoas, onde fazia pão, esfiha e quibe frito para os amigos em um fogareiro e uma mesa com tampa de mármore. Com a propaganda feita pelos amigos, os clientes foram chegando, e o restaurante, que também já foi um bistrô, hoje funciona em uma casa ampla, cercada por muito verde. “Tive o sonho da minha infância realizado. Eu chamo esse lugar de meu tesouro, porque me remete às aventuras de Aladim em Ali Babá”.

 

Vista aérea do Instituto Inhotim, sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea

do Brasil e considerado o maior museu a céu aberto do mundo. Crédito: frame/divulgação

 

– Elton Damasceno da Silva (Fubá) – encarregado de acervo do Instituto Inhotim. 37 anos, casado, dois filhos, morador de Brumadinho há 13 anos.

Fubá fez do Inhotim um projeto de vida. O museu de arte contemporânea revolucionou a vida do belo-horizontino, que há 13 anos se mudou para Brumadinho. Em 2005, teve o primeiro contato com o americano John Ahean e com o porto-riquenho Rigoberto Torres, os artistas que criaram a obra Abre a porta (2005), com moldes de moradores da região. Fubá trabalhava como moldista em Belo Horizonte quando foi convidado para integrar a equipe de montagem da obra. Ele conta que a empatia foi imediata. “John gostou do meu visual, da minha touca rastafári. Eu não entendia nada do que ele falava, mas a comunicação aconteceu”, brinca.

Vir para Brumadinho foi uma mudança em todos os sentidos. Se nessa época, Fubá não tinha concluído o Ensino Médio, hoje é formado em História. Acumula na bagagem uma pós-graduação, cursos nas áreas de museologia, sociologia e antropologia e já planeja o mestrado. Aprendeu inglês com o próprio Jonh Ahenan, que se ofereceu para dar aulas a ele. Sobre o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, Fubá acha que é preciso desconstruir a ideia de que Brumadinho foi totalmente atingida fisicamente. “A campanha é um primeiro passo para que a cidade não viva um luto eterno, porque é necessário, mesmo com a dor, retomar a vida”.

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