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quarta-feira, outubro 22, 2025
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Slow travel: por que viajar mais lento pode trazer benefícios reais para o cérebro?

Enquanto o mundo discute os efeitos do turismo massificado (overtourism), o casal Lanna e Richard, do Vida de Mochila, vão na contramão dessa tendência e percorrem a pé de Portugal à China sem data de retorno (Viagem pode durar 3 anos)

Richard Oliveira e Lanna Sanches que estão percorrendo de Portugal à China a pé (imagem: reprodução Instagram)

Mais de 300 milhões de turistas circularam pelo mundo apenas nos primeiros três meses de 2025, segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT). 14 milhões de pessoas a mais explorando o planeta quando comparado com o mesmo período em 2024.

Apesar do impulso à economia, o crescimento acelerado reacende o debate sobre os impactos do chamado “overtourism” – o turismo massificado que transforma cidades em vitrines superlotadas e esgota seus recursos. Destinos como Barcelona, Veneza e Machu Picchu enfrentam níveis críticos de visitantes, resultando em desgaste ambiental, pressão sobre a infraestrutura e conflitos com moradores. Turistas, por sua vez, lidam cada vez mais com a sensação de serem intrusos em lugares que já não os recebem de braços abertos.

 

Na Europa, os protestos se intensificaram. Em Barcelona, moradores voltaram às ruas com faixas pedindo “menos turistas, mais qualidade de vida”, denunciando a pressão sobre o custo de moradia, a gentrificação e a perda da identidade local. Em Veneza, foi criada uma taxa para visitantes de um dia, na tentativa de conter o fluxo diário que ultrapassa a capacidade da cidade.

Esses movimentos mostram que o turismo deixou de ser visto apenas como uma fonte de renda e passou a ser encarado como um problema urbano e social, exigindo um novo olhar sobre como e por que se viaja. Nadando contra a corrente do turismo acelerado, o casal brasileiro Richard Oliveira e Lanna, embarcaram em uma jornada pela Rota da Seda – de Portugal à China – sem utilizar aviões.

“O slow travel, ou em português literal viajar lento, traz benefícios reais para o cérebro, como diminuir a ansiedade, conectar com o presente, e redução do stress. Como psicóloga especializada em expatriados, tenho esse contato diariamente com os gestores de empresas que atendo no exterior”, explica Luciane Rabelo, da TalentSphere People Solutions, e alocada em Barcelona, na Espanha.

Para Richard e Lanna, do Vida de Mochila, não ter data para voltar é o que favorece um deslocamento sem pretensões e com potencial para conhecer lugares pouco comuns. Com mais de 30 episódios já publicados, a websérie do casal no youtube soma quase 900 mil visualizações, ampliando o alcance de um conteúdo que prioriza um olhar consciente sobre o ato de viajar. A aventura por uma das rotas comerciais mais antigas do mundo, feita de modo totalmente terrestre (ônibus, trens, barcos e caronas) é registrada na websérie, reunindo reflexões, curiosidades históricas e experiências reais de cada lugar.

“A jornada é mais do que cruzar fronteiras, mas sobre viver as culturas com profundidade e entender como nos conectamos com o mundo e com as pessoas ao nosso redor. Por isso, quando nos perguntam qual caminho percorreremos, explicamos que ainda estamos descobrindo”, explica Richard, criador do canal no YouTube Vida de Mochila, onde lançaram a websérie sobre a Rota de Seda.

Para ele, o turista precisa mudar algumas crenças: “É preocupante, porque sabemos o quanto requer um planejamento conhecer novos países. A pessoa guarda dinheiro e, dependendo do destino, acaba se frustrando. Por isso, é importante estar aberto a conhecer lugares menos conhecidos e com tempo. A experiência, inclusive, pode ser mais satisfatória”, complementa.

Formados em Comunicação Social, com especializações em Jornalismo e Relações Públicas, Richard e Lanna estão na estrada há oito anos. Já percorreram toda a América Latina, registrando lendas, músicas, comidas típicas e modos de vida. Mais do que um canal de viagens, o Vida de Mochila é um projeto de vida – uma narrativa sobre liberdade, descobertas e conexões humanas.

Assista a websérie clicando aqui!

Sobre Vida de Mochila:

Richard Oliveira é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e trabalhou por mais de oito anos na área de marketing. Nos últimos oito anos, trocou a rotina de escritório por uma vida nômade. Entre 2017 e 2019, atravessou a América Latina sem usar avião, produzindo a websérie #America300, com 97 episódios. Atualmente, está realizando a Rota da Seda, cujo objetivo é ir de Portugal até a China por terra. Richard produz filmes para seu canal no YouTube, Vida de Mochila, que conta com 279 mil inscritos, e cria conteúdo para o seu Instagram, @vidademochila, com 376 mil seguidores.

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