Silvio Costa Filho participou da 9ª edição do evento Brasil nos Trilhos e previu ampliação do escoamento da produção brasileira pelos portos com esses projetos
O ministro de Portos e Aeroportos (MPor), Silvio Costa Filho, defendeu nesta quarta-feira (1), o uso de recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM) em projetos ferroviários que operem nas poligonais dos portos brasileiros. Ao participar da abertura da 9ª edição do evento Brasil nos Trilhos, sobre transporte de cargas pelo modal ferroviário, o ministro previu ampliação do escoamento da produção brasileira pelos portos, com investimentos em projetos de ferrovias que operam nas áreas geográficas portuárias.
“Hoje, 70% do Fundo da Marinha Mercantes são para navegação e nós já assinamos quase R$ 25 bilhões para navegação e R$ 10 bilhões para o setor portuário. Mas o fundo tem recursos suficientes para também apoiar projetos de ferrovias que estão na poligonal de portos. Isso é uma forma de estimular as ferrovias que estão operando em portos brasileiros”, afirmou o ministro, acrescentando que está preparando uma proposta de modelo que inclua esses projetos para apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que é necessário também autorização do Conselho Diretor do FMM, que é um órgão colegiado, presidido pelo secretário de Navegação do MPor.
“Com as ferrovias elevando as operações portuárias, a gente vai crescer 30% o escoamento da produção brasileira”, afirmou o ministro. Ele evidenciou o investimento de R$ 1,7 bilhão anunciado nesta semana no Amazonas, também com recursos do FMM, para a construção de 188 barcaças. Desde 2023, já foram priorizados R$ 70 bilhões do FMM para aplicação em projetos, volume três vezes maior que o aprovado no período entre 2019 e 2022.
Silvio Costa Filho defendeu a prioridade na utilização de recursos também para o setor hidroviário, que interligado a ferrovias e rodovias possa garantir uma logística integrada para o escoamento da produção brasileira. “Vamos fazer a primeira concessão de hidrovias, que é hidrovia do Paraguai, estratégica para o desenvolvimento da América do Sul”, afirmou. “Na hora que a gente tem a hidrovia, nós temos redução do custo logístico de 40%, e isso dialoga com a pauta sustentabilidade, já que a cada grupo de dez barcaças, nós estamos falando em mil caminhões a menos nas nossas rodovias”, acrescentou o ministro.