O papel do turismo responsável na proteção das florestas
Em 17 de julho, o Brasil celebra o Dia de Proteção às Florestas, um dado que nos convida a uma reflexão sobre a importância vital dos nossos biomas, especialmente a Mata Atlântica. Este ecossistema singular, que abriga aproximadamente 70% da população brasileira, enfrenta uma realidade alarmante: apenas 24% de sua cobertura florestal original permanece intacta. Desse montante, apenas 12% são de florestas maduras e bem preservadas, o restante encontra-se bastante fragmentado e em regeneração.
O impacto é sentido na escalada global, com o desmatamento na Mata Atlântica em 2024 sendo responsável pela emissão de 6,87 milhões de toneladas de CO₂, equivalente às emissões anuais de países inteiros.
Apesar de uma queda no desmatamento geral do Brasil em 2024, com a Amazônia registrando uma redução histórica de 30,63% (6.288 km² desmatados), a pressão sobre os biomas se deslocou. Pelo segundo ano consecutivo, o Cerrado tornou-se o mais ameaçado, com 8.174 km² de desmatamento no último período. Na Mata Atlântica, mesmo com uma redução de 14% na área total desmatada (71.109 hectares em 2024, segundo o SAD), uma perda de matas maduras – ecologicamente insubstituíveis – apresentou uma tímida redução de apenas 2%. Esse cenário evidencia a urgência de soluções que promovam não apenas a preservação, mas a regeneração ativa de nossos ecossistemas.
Nesse contexto, o Banana Bamboo Ecolodge, estrategicamente localizado entre Ubatuba (SP) e Paraty (RJ), surge como um exemplo prático e inspirador de como o turismo e a hotelaria podem gerar valor ao mesmo tempo em que promovem a regeneração ambiental. Desde sua fundação em 2016, o ecolodge vai além da simples preservação, dedicando-se à recuperação de uma área antes degradada por bananais e pastagens.
Alexandre Haberkorn, fundador da Banana Bamboo, geógrafo e agrofloresteiro, destaca que a chave para essa transformação reside na integração de Sistemas Agroflorestais (SAFs). “A Agrofloresta concilia produção e conservação, reunindo a capacidade de sequestrar carbono, conservar solo e água, melhorando a fertilidade e a resiliência dos recursos naturais; de aumentar a biodiversidade, criando habitats e corredores ecológicos, ao mesmo tempo em que produz uma enorme variedade de alimentos”, explica Haberkorn. O modelo do ecolodge é pautado na convivência harmoniosa com a natureza e sem impacto positivo nas comunidades locais, demonstrando aos visitantes e hóspedes o potencial de gerar valor econômico e social ao manter a floresta em pé.
A crescente demanda por experiências em ambientes naturais reforça o potencial do ecoturismo como um poderoso aliado da conservação. Em 2024, o Brasil registrou um recorde de 25,5 milhões de visitas a Unidades de Conservação, comprovando o interesse crescente da população em se conectar com a natureza.
Paralelamente, o governo brasileiro tem intensificado o apoio a práticas sustentáveis. O Plano Safra da Agricultura Familiar 2024-2025, com um aporte recorde de R$ 76 bilhões, priorizando a agroecologia e a produção orgânica. Ele inclui linhas de crédito especiais como o Pronaf ABC+ Floresta, que financia a implementação de SAFs com juros de apenas 0,5% ao ano, incentivando a adoção de práticas regenerativas em larga escala.
“Com nossas práticas de bioconstrução, reaproveitamento de água da chuva, energia solar, biopiscina e agroecologia, mostramos que somos mais do que uma hospedagem; somos um espaço que promove vivências transformadoras, com foco em educação ambiental e fortalecimento da economia local, gerando renda e valorizando a cultura regional”, finaliza Alexandre Haberkorn, ressaltando o compromisso integral do Banana Bamboo com um futuro mais sustentável.
Sobre o Banana Bamboo Ecolodge
O Banana Bamboo Ecolodge é uma hospedagem ecológica localizada em Ubatuba, SP, dedicada a práticas de turismo sustentável e à preservação da Mata Atlântica. Fundado em 2016, o Ecolodge se tornou referência por sua infraestrutura baseada em bioconstrução, uso de energias renováveis, sistemas de tratamento de água e iniciativas que fortalecem a economia local.
