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segunda-feira, dezembro 23, 2024
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Crescimento lento e decepcionante da produção de SAF

A Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA) divulgou novas estimativas sobre a produção de combustível de aviação sustentável (SAF), que mostram o seguinte:

  • Em 2024, os volumes de produção de SAF atingiram 1 milhão de toneladas (1,3 bilhão de litros), o dobro do volume de 0,5 milhão de toneladas (600 milhões de litros) produzidos em 2023. O SAF foi responsável por 0,3% da produção global de combustível de aviação e 11% do combustível renovável global*.
  • Isso está significativamente abaixo das estimativas anteriores que projetavam a produção de SAF em 2024 de 1,5 milhão de toneladas (1,9 bilhão de litros), já que as principais instalações de produção de SAF nos Estados Unidos adiaram sua produção para o primeiro semestre de 2025.
  • Em 2025, a produção de SAF deve atingir 2,1 milhões de toneladas (2,7 bilhões de litros) ou 0,7% da produção total de combustível de aviação e 13% da capacidade global de combustível renovável*.

“Os volumes de SAF estão aumentando, mas de forma muito lenta. Os governos sinalizam decisões contraditórias para as empresas petrolíferas, que continuam recebendo subsídios para a exploração e produção dos combustíveis fósseis – petróleo e gás. E os investidores em produtores da nova geração de combustíveis parecem estar esperando por garantias de retorno garantido antes de acelerarem os aportes. Para as empresas aéreas, que são o núcleo da cadeia de valor e recebem a margem líquida de apenas 3,6%, as expectativas de lucratividade para os investidores em SAF precisam ser lentas e constantes, não rápidas e intensas. Mas, não se engane, as empresas aéreas estão ansiosas para comprar SAF e há lucro para investidores e empresas que veem o futuro da descarbonização no longo prazo. Os governos podem acelerar o progresso reduzindo os subsídios dedicados à produção de combustíveis fósseis e substituindo-os por incentivos estratégicos de produção e políticas claras que apoiem o futuro baseado em energias renováveis, incluindo o SAF”, disse Willie Walsh, diretor geral da IATA.
A aviação faz parte da transição energética global

“A descarbonização da indústria aérea deve ser vista como parte da transição energética global, não compartimentada como uma questão do setor de transporte, porque resolver o desafio da transição energética para a aviação também beneficiará a economia em geral, já que as refinarias de combustível renovável produzirão uma ampla variedade de combustíveis usados por outros setores, e apenas uma pequena parcela será de SAF, usado pelas empresas aéreas. Precisamos que o mundo inteiro produza o máximo de energia renovável possível para todos; as empresas aéreas simplesmente querem ter acesso a sua parcela justa dessa produção”, disse Marie Owens Thomsen, vice-presidente sênior de sustentabilidade e economista-chefe da IATA.
Para atingir zero emissão líquida de CO2 até 2050, a análise da IATA mostra que serão necessárias entre 3 mil e mais de 6.500 novas usinas de combustível renovável, que também produzirão diesel renovável e outros combustíveis para outros setores. O investimento médio anual necessário para construir as novas instalações ao longo do período de 30 anos é de cerca de US$ 128 bilhões por ano, no melhor cenário. É importante destacar que esse valor é muito menor do que a soma total estimada de investimentos nos mercados de energia solar e eólica de US$ 280 bilhões por ano entre 2004 e 2022.
“Os governos devem rapidamente começar a fornecer incentivos políticos concretos para acelerar a produção de energia renovável. Já existe um modelo a seguir, como foi a transição para energia eólica e solar. A boa notícia é que a transição energética, que inclui o SAF, precisará de menos da metade dos investimentos anuais que a produção eólica e solar em grande escala exigiu. E uma boa parte do financiamento necessário poderia ser obtida redirecionando uma parte dos subsídios retrógrados que os governos concedem à indústria de combustíveis fósseis”, disse Walsh.
Medidas de curto prazo

A expansão da produção e uso de SAF pode ser acelerada de três maneiras essenciais:

  • Aumentar o coprocessamento: As refinarias atuais podem ser usadas para coprocessar até 5% de matérias-primas renováveis aprovadas com os fluxos de petróleo bruto. Esta solução pode ser implementada rapidamente e exige investimentos mínimos. Ela deve ser expandida com urgência, permitindo o coprocessamento de uma quantidade maior de matéria-prima renovável. Até 2050, o coprocessamento pode economizar US$ 347 bilhões em investimentos, evitando a construção de mais de 260 novas usinas de combustível renovável.
  • Diversificar a produção de SAF: Existem 11 caminhos certificados para produzir o SAF, mas o método HEFA (ácidos graxos e ésteres hidrotratados (óleo de cozinha usado, gorduras animais etc.) é responsável por cerca de 80% da produção nos próximos cinco anos. Os volumes de SAF podem ser impulsionados aumentando os investimentos na produção por meio de outros caminhos certificados, em particular Alcohol-to-Jet (AtJ) e Fischer-Tropsch (FT), que usam resíduos biológicos e agrícolas.

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