Segunda parte da entrevista com secretário do MTur, Milton Zuanazzi, revela como setor de turismo se reinventou no pós-pandemia e qual a expectativa para os próximos anos
Com o Salão Nacional do Turismo cada dia mais próximo de abrir as suas portas para os cerca de 30 mil participantes esperados, a Agência de Notícias do Turismo traz, em primeira mão, o que esperar do evento que volta a ser realizado após uma pausa de 11 anos.
Serão três dias de evento, entre 15 e 17 de dezembro, na Arena BRB Mané Garrincha, em Brasília. Lá, o público verá de perto experiências de cinco grandes temas que representarão o turismo brasileiro: Turismo de Natureza, Turismo Rural, Sol e Praia, Turismo Cultural e Turismo de Tendências.
Para contar um pouco mais das novidades esperadas, a Agência conversou com o secretário Nacional de Planejamento, Sustentabilidade e Competitividade do Ministério do Turismo, Milton Zuanazzi.
• O que essa edição está trazendo de novidade? Tem algo que pode destacar, que chame a atenção em relação aos Salões anteriores?
A grande novidade é a retomada, a volta do Salão. Mas nós teremos uma área bastante importante dos povos originários. Teremos uma área significativa dos biomas brasileiros. Então, são surpresas que a gente quer que o público se delicie estando lá.
Outra novidade é que teremos três grandes shows nacionais, que em breve anunciaremos. Será na sexta-feira à noite, no sábado e no domingo às 18 horas. Tudo gratuito, com acesso para todos.
• Sabemos que o turismo passou por grandes desafios nos últimos tempos. Como este evento está abordando as mudanças e inovações no setor?
Quando nós começamos a consultar os estados, quais eram os produtos que eles gostariam de trazer, a nossa grande surpresa foi que a grande maioria veio com produtos de tendências, de novidades. Não vieram com os produtos clássicos, mesmo estados com turismo que têm consolidação clássica, como é o caso do Rio de Janeiro, ou o Nordeste com as suas praias. A grande maioria está trazendo produtos de novas tendências. Isso foi interessante porque veio deles, da nossa parte, nós proporcionamos receber o Brasil. Mas quem escolhe os produtos é cada estado.
O Salão nada mais é do que uma espécie de “grand finale” de uma política pública. Ele é um momento em que essa política pública, que está sendo desenvolvida, aparece para o público final. Então foi muito interessante que eles vieram exatamente com essa pegada pós-pandemia muito de voltar-se ao interior, de voltar-se à natureza, de voltar às experiências. Por isso, fazer um prato típico, como por exemplo um barreado do Paraná, as pessoas nem sabem que existe. Não é um prato que a gente coma em qualquer restaurante. Então, de repente, eu tenho vontade de aprender a fazer o barreado, vai ter um chef me ensinando a executar esse prato ou um pato no tucupi do Pará e assim sucessivamente. Esse é o aspecto que a gente nota que as pessoas estão buscando.
• Com Brasília sendo o palco deste evento, terá algo especial voltado ao turismo na capital?
Com certeza. Brasília é uma cidade maravilhosa e tem um potencial turístico enorme. Nós traremos uma exposição das obras do Niemeyer com fotos e teremos outra sobre o design de Brasília, já que a capital federal tem o título de Cidade do Design concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Além disso, terão dois grandes restaurantes de chefes locais apresentando a gastronomia do cerrado.
• Como será ter a presença do secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), Zurab Pololikashvili, no evento?
É uma presença muito significativa porque além do Salão, acontecerá na quinta-feira pela manhã, dia 15, a inauguração do escritório da OMT, n0 Rio de Janeiro, voltado para a Região das Américas e Caribe. Por isso, com a vinda do escritório para o Rio de Janeiro, o Brasil passa a centralizar, dentro da política da OMT, o desenvolvimento de políticas para impulsionar o turismo em determinadas partes do planeta, em que o setor ainda não se desenvolveu tanto.
Por exemplo, as grandes cidades europeias hoje discutem o “overturismo”, ou seja, eles estão com excesso de turistas. Já nós queremos receber cada vez mais, e temos muito espaço para crescer. Então é muito importante que esse escritório venha a estabelecer novas políticas para o país, como a porta de entrada é o Rio de Janeiro, a gente está muito feliz com isso. Portanto, a vinda tanto do secretário-geral e da sua equipe, quanto dos ministros de vários países que aqui estarão, será uma honra para nós recebê-los no Salão Nacional de Turismo.
• Poderia fazer um convite para o pessoal vir conhecer o Salão.
Fica aqui o nosso convite, em nome do Ministério do Turismo, para que todos venham, entrem lá no Sympla, se inscrevam, e venham para o Salão Nacional de Turismo Conheça o Brasil. Vai ser uma honra, com certeza, recebê-los e que todo mundo vai se sentir mais brasileiro ainda. Esse país tem muitas riquezas, e o turismo brasileiro é a forma de você fazer o brasileiro conhecer o Brasil.
Confira AQUI a primeira parte da entrevista.
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