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sexta-feira, novembro 22, 2024
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2024 promete ser uma boa “pista” para a decolagem da aviação de negócios

Crescimento da venda de aeronaves executivas e modernização dos processos de regulamentação do setor animam investidores

Algumas importantes e recentes movimentações no mercado da aviação civil no Brasil trazem bons números de 2023 e indicativos de que, em 2024, o setor deve confirmar sua curva de ascensão, após dois anos de forte impacto por causa da pandemia. Entre os dados que merecem destaque neste ano que se encerra temos os da Embraer, que até o fim do terceiro trimestre entregou 43 aviões, uma alta de 30% em relação ao mesmo período em 2022. O crescimento foi impulsionado especialmente pelo segmento de jatos executivos. No trimestre encerrado em setembro a empresa contabilizou 28 novas aeronaves executivas entregues, aumento de 22% frente a um ano antes.

Outra fabricante que comemora o aumento nas vendas de jatos é a americana Textron, que anunciou um lucro líquido de US$322 milhões no terceiro trimestre de 2023. Entre os meses de julho a setembro, a empresa entregou 39 jatos executivos e 38 turboélices, uma alta de 15,15% em relação ao mesmo período do ano passado. As receitas da empresa totalizaram US$ 3,3 bilhões, um crescimento de 10% frente a um ano antes e que foi impulsionado principalmente pelo segmento de aviões privados. E voltando para o Brasil, a JHSF Participações, administradora do São Paulo Catarina Aeroporto Executivo Internacional, localizado em São Roque (SP), informou um crescimento robusto de 74,9% no número de movimentos de aeronaves naquele campo de aviação.

Esses números do mercado animam, e muito, quem está investindo pesado nesse setor da aviação, como é o caso de um grupo de empresas goianas responsável pelo Antares Polo Aeronáutico, empreendimento que está sendo construído em Aparecida de Goiânia (na grande Goiânia) e que promete ser o maior aeroporto de negócios da região Centro-Oeste. Com investimentos da ordem de R$ 100 milhões, o projeto está previsto para entregar sua primeira fase no fim de 2024, já com terminal de operações e pista de pouso e decolagens prontos para funcionar. À frente do empreendimento estão as empresas Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e a RC Bastos Participações.

“Esses números da Embraer e da Textron demonstram que a aviação executiva ou de negócios é a bola da vez dentro do setor, e nosso empreendimento irá justamente atender esse segmento, que hoje tem uma grande dependência dos grandes aeroportos comerciais, que priorizam as grandes companhias aéreas da aviação comercial”, afirma Rodrigo Neiva, sócio-empreendedor e diretor comercial do Antares Polo Aeronáutico. Os recentes números apresentados pelo São Paulo Catarina Aeroporto Executivo Internacional, primeiro voltado exclusivamente à aviação executiva, também são um bom indicativo de cenário positivo para o Antares, segundo Neiva. “Esses números do São Paulo Catarina, que é um aeroporto que inspirou bastante a concepção do projeto do Antares, mostram claramente a eficiência do modelo de gestão privada para o setor da aviação”, afirma Rodrigo Neiva.

*Modernização*
Outro aspecto que anima os investidores da aviação é o recente processo modernização das normas de regulamentação do setor, deflagradas no governo Bolsonaro por meio do Programa Voo Simples. Lançado em de outubro de 2020 pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o programa vem reeditando uma série de normas técnicas e leis que trazem processos de certificação mais ajustados às necessidades dos regulados, eliminando por exemplo, autorizações e concessões desnecessárias para a operação de novas empresas aéreas no Brasil e simplificando e racionalização regras de serviços aéreos e fiscalizações.

Uma das mudanças previstas para 2024 e que integram o Programa Voo Simples é a simplificação das operações de táxi aéreo. A ideia é categorizar as empresas operadoras, de acordo com seu tamanho e a complexidade das operações realizadas. A mudança trará proporcionalidade de requisitos aos transportadores aéreos, possibilitando que novos negócios se iniciem com uma certificação simplificada, que agrega requisitos conforme o crescimento da empresa. As propostas de revisão da RBAC nº 135 e da Instrução Suplementar nº 119-004, normas que regulamentam as operações de táxi aéreo, estão em consulta pública no site da Anac, até o dia 5 de janeiro de 2024, para envio de contribuições feitas por especialistas e empresas do setor. “Modernizar e desburocratizar a aviação civil são passos extremamente necessários para que novos negócios surjam. Temos uma legislação aeroportuária muito defasada e que já não acompanha os avanços tecnológicos que a aviação tem hoje”, argumenta Rodrigo Neiva.

*Sobre o Antares Polo Aeronáutico*
Com 96% de suas obras de terraplanagem e drenagem já concluídas, o Antares Polo Aeronáutico entra num ano decisivo, e até o fim do primeiro semestre, a expectativa é de que a pavimentação da pista já esteja totalmente concluída. Por sua localização geográfica no centro do país, o aeroporto de negócios pode se tornar num hub de logística com alcance para todo o Brasil e América Latina.

O mega empreendimento será edificado numa área de 209 hectares, e os investimentos só na construção da primeira fase são da ordem de R$ 100 milhões. Com projeto que requereu cerca de dez anos para cumprir todas as suas etapas de aprovação, tanto no que diz respeito ao cumprimento das legislações ambientais e de uso do solo, quanto junto à Anac, o Antares Polo Aeronáutico promete atrair empresas de todos ramos da aviação como táxi aéreo, serviços aeromédicos, FBO, manutenção de aeronaves de pequeno, médio e grande porte, hangaragem, cargas aéreas, fábrica de aviões e peças, educação aeronáutica e outras negócios correlacionados, como: empresas de transporte e logística, distribuidoras de combustíveis, hotéis executivos e outros.

Além de terrenos para abrigar empresas de todos esses segmentos, o empreendimento contará com um moderno aeroporto privado, cuja pista de pouso terá extensão de 1.980 metros e a largura passará de 45m, o que possibilitará a operação de aeronaves de maior porte. O PCN (Número de Classificação do Pavimento) suportará pousos e decolagens de, por exemplo, um Boeing 737-800.

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