Manifestações religiosas do Candomblé nas ruas do município de Santo Amaro, a 70 quilômetros de Salvador, marcam a festa do Bembé do Mercado, que acontece desta quarta-feira (9) até domingo (13). Um dos principais atrativos do turismo étnico na Bahia, o evento tem apoio do Governo do Estado. Nesta terça-feira (8), as secretarias do Turismo (Setur) e da Cultura (Secult) assinaram o patrocínio.
Segundo o secretário estadual do Turismo, José Alves, o Bembé do Mercado representa a resistência das tradições baianas. “O Bembé completa 129 anos e é importante atrativo para visitantes que se interessam pela cultura de matriz africana, que forma a identidade da Bahia”, afirmou.
O Bembé do Mercado teve início em 1889, para comemorar o primeiro ano após a abolição da escravatura, e até hoje reúne o povo dos terreiros do Recôncavo Baiano em reverência aos orixás. Este ano, a Prefeitura Municipal prevê participação de 600 visitantes em cada dia de programação – eles são principalmente baianos, mineiros e cariocas.
Já a secretária da Cultura, Arany Santana, lembra que a festa do Bembé é patrimônio imaterial, decretado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) desde 2012. “Esta é uma comemoração do povo negro da Bahia, que vai para as ruas mostrar sua religião e festejar sua liberdade”, completa.
Também assinaram o documento para repasse de recursos o chefe de Gabinete do Ipac, André Reis, e o representante do conselho do Bembé do Mercado, Taata Raimundo Konmannanjy. O presidente do Conselho do Bembé do Mercado, Pai Pote, foi também presença no evento. “A importância deste acordo está no fortalecimento do povo negro, de Angola, de Ketu, de Gege, dos quilombos, dos índios e todos os outros”, afirmou.
Além da própria festa do Bembé do Mercado, que inclui celebrações religiosas, apresentações de grupos de manifestações populares como capoeira e samba de roda, no Largo do Mercado, um fórum vai discutir a preservação do legado cultural do evento.