Nos dias 27 e 28 de junho, no Hotel Pullman São Paulo Vila Olímpia, realizou-se mais uma edição da Conferência GBTA (The Global Business Travel Association). Na programação, palestras e debates sobre as tendências e gargalos do segmento corporativo. Somados os números de participantes e expositores, registrou-se aumento de 15% em relação ao evento passado. Tecnologia e mídias sociais constituíram a tônica das exposições.
No dia 27, discutiu-se a presença do New Distribuition Capability (NDC) no BSP das empresas aéreas. Para o gerente de Soluções para Aviação da Iata, Jefferson Simões, as aéreas atenuaram as resistências em relação à implementação do produto, embora o processo ainda seja incipiente no Brasil.
No debate com o presidente da Abav Nacional, Edmar Bull, e o diretor executivo da Abracorp, Gervasio Tanabe, Simões ponderou que os sistemas de distribuição global (GDSs) impuseram dificuldades ao lançamento da solução, em 2012. No entanto, acabaram mudando o posicionamento inicial, depois de entenderem que a IATA nunca cogitou lançar seu GDS próprio.
Simões explicou que oferecer um produto diferenciado ao viajante é uma forma de estar à frente da concorrência, com benefício para toda a cadeia produtiva. O diretor executivo da Abracorp, Gervásio Tanabe, indagou sobre a questão dos custos.
O executivo da IATA sustentou que custos valem investimento e não há como mensurar valor, mas sim o retorno. Tem investimento de melhor plataforma e planejamento. Para ele, com o padrão NDC, obtém-se maior abertura para outros players – com mais empresas no mercado, mais concorrência e menor preço. Das quatro grandes companhias aéreas do Brasil, apenas a Gol opera o NDC. Porém, Simões revelou que Avianca, Azul e Latam demonstram interesse na adesão ao produto.
Uso de Uber e Airbnb é realidade nas TMCs
Na programação do dia 28, quando a Conferência GBTA se encerrou, deu-se um debate centrado nas TMCs. Participaram das discussões Hitalo Leite (Red Bull), Fernando Slomp (Avipam) e Carlos Prado (Tour House e vice-presidente da Abracorp), com foco na economia compartilhada na gestão de viagens de negócios. Prado argumentou que os executivos demonstram o desejo de utilizar recursos como Uber e Airbnb, com ênfase naqueles pertencentes à geração Y. “Não vejo nenhum absurdo usar esses aplicativos. Eles querem fazer networking e conhecer outras culturas. Trata-se de um serviço que traz uma nova experiência”, sustentou Prado. Acrescentou que há clientes que alugam propriedades de longa estada.
Tanto o vice-presidente da Abracorp como Fernando Slomp, da Avipam concordaram que a economia compartilhada é inexorável e não faz sentido eventuais insatisfações do setor hoteleiro. Acreditam que para os próximos cinco anos, o maior uso de tecnologia por meio de aplicativos vão ocupar espaços deixados pela indústria.
Sobre a questão dos meios de pagamento, Carlos Prado frisou que “um Brasil mais produtivo passa, necessariamente, pela utilização mais e mais crescente do Cartão de Crédito, em vez do sistema faturado. No caso das TMCs Abracorp, a utilização vantajosa do b2b Reserv@s vem garantido serviços com padrão de excelência”.
No encerramento, Gervasio Tanabe no debate sobre ROI
O evento reservou para o final a discussão acerca do ROI (Return On Investiment), componente fundamental na atividade dos gestores de eventos. Participaram da sessão Gervasio Tanabe (Abracorp); Michael Nagy (Rio CVB); e Amanda Lahmann (Biolab). Os debatedores ilustraram seus pontos de vista com cases e deles derivaram conceitos e conclusões relevantes sobre o tema.
O diretor executivo da Abracorp, Gervasio Tanabe, sustentou que o planejamento de um evento é a etapa para se antever se o evento será satisfatório ou não. “O cenário mais crítico é o de prazo de pagamentos. As propostas extrapolam o compreensível. Não conseguimos absorver prazos de até 90 dias, tendo em conta que a indústria de eventos corporativos constitui o elo mais frágil da cadeia. Companhias aéreas e hotéis, por exemplo, têm limites mais flexíveis”.