O corpo de um homem foi encontrado na tarde de segunda-feira dentro do compartimento do trem de pouso de um avião da companhia aérea Air France vindo do Brasil, informou a polícia do aeroporto de Paris-Orly à BBC Brasil.
“Infelizmente, são casos cada vez mais frequentemente em nossos aeroportos”, afirmou o comandante da Gendarmerie des Transports Aériens (GTA) de Paris-Orly.
A aeronave passava por manutenção no aeroporto de Paris-Orly quando o cadáver foi descoberto. A identidade do homem ainda não foi revelada. Segundo a imprensa francesa, autoridades acreditam se tratar de um caso de tentativa de imigração ilegal para o país.
O Boeing 777 havia decolado de São Paulo com destino à capital francesa dois dias antes, na sexta-feira.
O corpo foi transferido ao Instituto Médico Legal de Paris para identificação.
A Air France confirmou o ocorrido. “A companhia lamenta profundamente esse incidente trágico e se coloca à disposição das autoridades para colaborar com o processo de investigação em curso”, diz a empresa em comunicado enviado à BBC Brasil.
Não é a primeira vez que um corpo é encontrado no compartimento de trem de pouso de um avião.
Em 2013, o corpo de um imigrante dos Camarões foi descoberto em circunstâncias similares no aeroporto Charles de Gaulle.
O trajeto entre São Paulo e Paris dura cerca de 11 horas. Devido às baixas temperaturas e à falta de oxigênio, é pouco provável, contudo, que um ser humano sobreviva dentro do compartimento nessas condições.
Além disso, o risco de ser esmagado pelo próprio trem de pouso no momento da aterrissagem torna a viagem ainda mais perigosa.
‘Caiu do céu’
Outro caso semelhante chocou Londres em 2013, quando um corpo caiu de um avião sobre um bairro da capital. Meses após o trágico incidente, o homem foi identificado como o moçambicano José Matada, de 30 anos. Um chip de celular encontrado com a vítima permitiu que ela fosse identificada.
O corpo de José Matada foi encontrado logo após um voo vindo de Luanda, em Angola, ter sobrevoado uma área residencial próxima ao aeroporto de Heathrow.
Uma autópsia determinou que José Matada morreu de ferimentos múltiplos. Ele teria entrado sem ser percebido no minúsculo compartimento do trem de pouso da aeronave, ainda na capital angolana, Luanda.
Como proteção à baixa temperatura e à alta pressão, o jovem teria enchido ouvidos com pedaços de lenços de papel, segundo investigadores.
Porém, oito horas depois, quando o avião já se aproximava da cidade de Mortlake, no sudoeste de Londres, para pousar no Aeroporto Internacional de Heathrow, o homem “caiu do céu”, segundo relatos de moradores da região.
Fonte: Oul