Nos últimos dias em todos os meios de comunicações um dos principais assuntos é o aplicativo Uber que permite que motoristas particulares prestem serviços de transporte de passageiros em carros executivos, e isto tem gerado uma polêmica com os taxistas da cidade que alegam concorrência ilegal.
Na minha opinião, primeiramente ilegal é a forma como funciona o serviço de táxi em Brasília, que diferentemente do que a lei regulamenta, os veículos e licenças não são de pessoas individuais que deveriam prestar o serviço, e sim de grandes empresários que adquiriram essas licenças em grande quantidade e sublocam os carros cobrando diárias de taxistas que na verdade nada mais são do que locatários de táxi que pagam uma diária média de R$ 150,00 pra poder transitar na cidade.
Além disto é muito comum encontrar na cidade táxi velhos, com manutenção precária de forma que não oferecem nenhum conforto, muitas vezes os modelos escolhidos pelos proprietários das licenças nem mesmo tem condições de acomodar as bagagens de um viajante dentro do porta malas, pois preferem adquirir veículos populares e mais baratos do que investir no conforto dos passageiros, o que já difere em muito o serviço dos carros executivos oferecidos pelo aplicativo UBER.
Ainda tem a questão da má educação dos taxistas que por décadas, por serem os únicos meios autorizados para transportar passageiros nunca tiveram a preocupação e interesse de se capacitarem para oferecerem um serviço diferenciado, com respeito e qualidade.
Taxistas mal-educados, mal vestidos e muitas vezes com odor desagradável, com veículos também pouco higienizados nos obrigavam a usar esse tipo de serviço justamente por falta de alternativas, pois a única opção era justamente o táxi tradicional.
Enquanto o Urbe oferece carros executivos, motorista de terno e gravata, água, chocolates e balinhas para agradar os clientes, os taxistas tradicionais muitas vezes nem se dispõe a descer do carro para receber o cliente e abrir a porta do carro, mais de uma vez vi o condutor apenas abrir o porta malas sem sair do volante de forma que eu tivesse que colocar a minha bagagem no porta-malas, sem contar que eles acham que você é obrigado a escutar a rádio, músicas e ritmos preferidos deles, e pra economizar combustível preferem que viagem de vidro aberto ao ar condicionado.
A tecnologia chegou e os taxistas não se atualizaram, não procuraram utilizar as ferramentas oferecidas para melhorar a qualidade na prestação de serviços, aí quem precisa de um táxi é obrigado a ligar pro telefone de uma cooperativa e ser atendido por uma telefonista já te atende com a pergunta: Onde o senhor está e para onde deseja ir ? se você falar que está num local e precisa de um táxi para se locomover por menos de 10 km, tem grande chance de escutar a seguinte resposta: Não temos veículo na área para atendê-lo, isto porque eles só querem efetuar corridas longas e consequentemente caras.
Eu tive uma experiência de estar no Hospital Anchieta em Taguatinga e ligar para uma dessas cooperativas, falei que iria para o meu apartamento na QNL e me informaram que não tinha veículo. Como estava debilitado e não tinha como ir de ônibus esperei uns 10 minutos liguei novamente na mesma cooperativa e falei que iria para o Lago Sul, pasmem em menos de 5 min chegou um veículo pronto para me atender, pena que ao saber meu verdadeiro destino o taxista ficou decepcionado e notavelmente irritado.
Resumindo este artigo gostaria de ressaltar que o mundo está em constante mudança e aqueles que acharem que estão na zona de conforto mais cedo ou mais tarde estarão com suas profissões em risco, então o melhor a fazer é acompanhar o avanço tecnológico e fazer uso dele, se atualizar e procurar sempre oferecer conforto, qualidade e diferenciais na prestação de serviços e oferta de produtos senão um Uber da vida pode chegar ao seu segmento e você não estará pronto para competir com ele.
Moisés Ponte
Para o VOENEWS – Notícias do Turismo