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sábado, novembro 23, 2024
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Coreógrafa e neto com doença rara quase são impedidos de embarcar em voo

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A bailarina e coreógrafa carioca Deborah Colker, da Cia de Dança Deborah Colker, quase foi impedida nesta segunda-feira (19) de embarcar em um avião da Gol que saiu de Salvador rumo a Porto Alegre, com conexão no Rio de Janeiro.

A justificativa dada pela tripulação do voo seria o fato de ela estar acompanhada do neto, que possui uma doença de pele.

“Estou muito triste com tudo isso que aconteceu, a única coisa que posso falar no momento é que amo muuuuito o meu neto!”, publicou em seu perfil no Facebook.

O garoto, chamado Theo, possui uma doença genética da pele, caracterizada pela ausência de aderência entre a epiderme e a derme, a epidermólise bolhosa, que causa manchas vermelhas e não é contagiosa.

Segundo a filha de Deborah, Clara Colker, mãe do garoto, o comandante da Gol só autorizou a partida após a expedição de um atestado que comprovasse que a doença não é contagiosa, o que precisou ser feito de forma improvisada em uma folha em branco, por um médico dentro do avião.

“Minha vontade era descer do avião (…). Estavam todas as pessoas do avião super solidárias, preocupadas com o constrangimento com o Theo. (…) Nisso já passava uma hora de atraso, e o constrangimento [era] mega. Theo me viu chorando. Tentei disfarçar que o avião inteiro não estava atrasado por causa dele”, publicou Clara no Facebook.

Segundo ela, o voo chegaria no Rio às 13h50, mas tocou o solo apenas às 16h10. Quando chegou no Rio, Deborah recebeu um telefonema do presidente da Gol, Paulo Kakinoff, se desculpando pelo ocorrido. A coreógrafa, no entanto, afirmou que irá processar a empresa por danos morais.

Procurada pelo UOL, a Cia de Dança Deborah Colker afirmou que, se houver qualquer ganho monetário com a causa, ele será direcionado integralmente para uma instituição de pesquisa que estude a epidermólise bolhosa, doença que atinge cerca de 5 milhões brasileiros e que não tem cura. Segundo a Cia, a coreógrafa vem se mobilizando há três anos para combater o preconceito e promover pesquisas na área.

“Eles começaram uma abordagem deselegante, arrogante, na frente do Theo. Extremamente constrangedor. Falei para eles: tenho companhia de dança, já viajei o mundo todo com ele e nunca passei por isso. Se fosse doença contagiosa, eu estaria infectada”, afirmou por telefone ao “Jornal Hoje”, da Rede Globo.

A Gol afirma que ainda que está analisando o caso e que vai tomar as medidas cabíveis. Em nota, a empresa diz que “preza pelo respeito aos clientes e as normas de segurança”.

Fonte: uol

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