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Trabalho norteará ações de promoção do turismo no exterior

A Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) atravessa uma fase de transformação institucional com objetivo de se reposicionar no mercado internacional e buscar estratégias inovadoras de promoção para tornar o Brasil um destino cada vez competitivo. Para conhecer a fundo a dinâmica atual de intensa competição neste cenário, o Instituto encomendou um complexo trabalho de pesquisa e estudos à FGV (Fundação Getúlio Vargas) sobre o panorama da promoção internacional do turismo no mundo. Nesta segunda-feira (11), pesquisadores da fundação se reuniram com o corpo diretivo e técnico na sede da autarquia, em Brasília, para apresentar a primeira de oito entregas do estudo.

A análise inicial atesta a necessidade da Embratur se modernizar e seguir exemplos de organizações de sucesso que atuam na promoção internacional com modelos híbridos e mais flexíveis – os DMOs (Destination Marketing Organizations), como a Brand USA, dos Estados Unidos. Esses órgãos de turismo atuam de forma moderna e podem contar com fontes alternativas de recursos. O estudo também analisa o trabalho dos ITOs (International Tourism Offices) espalhados pelo mundo e que desempenham a mesma função dos EBTs (Escritórios Brasileiros de Turismo) da Embratur no exterior.

Um dos objetivos da pesquisa é servir como base para a criação de um plano de ação para o modelo de operação da Nova Embratur, com a possível mudança no modelo de gestão do Instituto. Tramita em caráter de urgência, na Câmara dos Deputados, o PL 2724/2015, que transforma a Embratur em agência, nos moldes da Apex e Sebrae. A mudança pode potencializar os investimentos em promoção dos destinos brasileiros no exterior. No modelo atual, a Embratur é uma autarquia vinculada ao Ministério do Turismo, tendo como única fonte de recursos o orçamento da União.

Segundo a presidente da Embratur, Teté Bezerra, as mudanças são salutares e podem resultar em métodos inovadores de promoção internacional em um mercado cada vez mais competitivo. “Nosso objetivo é modernizar a atuação da Embratur, independentemente da aprovação, em curto, médio ou longo prazo da mudança no modelo de gestão do Instituto. Nossos concorrentes da América do Sul, por exemplo, têm planejado e investido mais em promoção e já se aproximam do Brasil no número de turistas internacionais”, ressalta.

Teté Bezerra considera importante que a promoção do Brasil no exterior seja intensificada em países limítrofes. Segundo a OMT (Organização Mundial do Turismo), cerca de 90% do turismo internacional é realizado entre países próximos ou que compartilham limites geográficos. A presidente cita o Chile como exemplo.

“Quase 4,5 milhões de chilenos viajam para fora de suas fronteiras por ano e cerca de 300 mil vem ao Brasil, o que mostra que temos potencial de crescimento nos países vizinhos. Precisamos inovar e investir em novos mercados e não apenas nos tradicionais e maiores emissores. É importante se aproximar destes mercados, buscar novas ferramentas de promoção e mais investimentos. Além disso, incrementar segmentos robustos como o Turismo de Eventos”, pondera.

CRESCIMENTO

A metodologia utilizada na fase inicial do estudo elencou quatro objetos de pesquisa centrais: resultados do turismo internacional; tendências de consumo no turismo; mercados prioritários e tendências de atuação dos DMOs e ITOs.

A pesquisa identifica que o turismo internacional continua em rota ascendente e com desempenho superior às expectativas. Em 2017, o número de chegadas internacionais cresceu 6,7% e de receitas internacionais teve alta 4,8%. As perspectivas para os próximos anos também são promissoras, inclusive no Brasil. O crescimento esperado das chegadas internacionais no país até 2022 é de 23%, segundo previsões do Instituto Euromonitor.

De acordo com o assessor de Gestão Estratégica da Embratur e coordenador do projeto “Laboratório de Inovação” VisitBrasil, Rafael Felismino, essa previsão se baseia no fato de que a promoção do turismo brasileiro do exterior permaneça da mesma forma que é feita atualmente. “Com as mudanças na gestão, modernização da Embratur e novas ferramentas e iniciativas, estaremos investindo no descolamento da tendência de crescimento e, assim, alcançaremos resultados mais expressivos”, analisa.

Rafael Felismino, da Embratur, durante apresentação da FGV

O pesquisador da FGV André Coelho afirma que o turismo seguirá crescendo no mundo e destaca que o setor no Brasil acompanha o ritmo de crescimento mundial.  “O turismo não vai parar de crescer. A tendência é que o setor cresça tanto no número de viagens internacionais quanto na geração de empregos”, explica. Para ele, o estudo pode ser útil para definição de ações estratégicas para o melhor aproveitamento do potencial que o Brasil tem no setor de turismo em diversos segmentos. “O país não se destaca apenas no segmento Sol e Praia. Também tem grandes ativos nos nichos de Cultura e Turismo de Natureza, muitos procurados por turistas estrangeiros”, completa.

A expectativa é que o resultado completo deste trabalho seja apresentado durante a ABAV Expo 2018, prevista para o mês de setembro, em São Paulo. Participaram também da apresentação da primeira fase do estudo os pesquisadores da FGV, Marcelo Minutti e Cintia Melchiori, o chefe de gabinete da Embratur, Hercy Ayres Filho, e o diretor de Marketing, Walter Vasconcelos, além de técnicos e coordenadores do Instituto.

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